sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ALÉM DO PUNHAL

Se você já terminou,
vista-se e vá embora.
Não se preocupe comigo;
me deitarei com outro agora.

Por favor, deixe as perguntas;
não posso lhe responder.
Só sei que a vida que levo
vai além de você compreender.

Vai além do cigarro que queima,
da bebida que você me pagou,
da cama desarrumada
pelo gozo que você comprou.

Vai além da esquina fria,
da velhice que vem rapidamente,
das roupas que não evitam,
o julgamento da indecente.

Vai além do falso nome,
da maquilagem tão carregada,
do grito preso na garganta
ou na gargalhada tão debochada.

Vai além dessa fuga escolhida,
num momento de solidão;
Vai além deste punhal cravado,
no meu próprio coração...


Fábio Guilherme

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